São raros os painéis que realmente tem algum debate. Contudo, na discussão sobre IPOs e ICOs, na conferência Blockchain Festival na manhã desta quarta-feira (23), em São Paulo, gerou controvérsia sobre o tema.

Logo na abertura, o mediador, Anderson Thees, da Redpoint Ventures, avisou: Fabio Seixas, da Taylor, não poderia vir porque está enfrentando uma crise – o ICO da empresa havia sido hackeado. Ao mesmo tempo, Seixas, cuja empresa tem sede na Estônia, representa uma tendência que está se vendo no Brasil e que foi comentada por Courtnay Guimarães, da Idea Partners, uma empresa que faz consultoria para ICOs.

“Brasil está fora do mapa. Os melhores empreendedores daqui apertaram a tecla F para o Brasil e foram para fora”, disse Guimarães.

O consultor também afirmou que para uma empresa fazer uma oferta inicial de moedas e “ninguém ser preso”, o custo seria de US$ 4 milhões. Sobre o benchmark regulatório, ele disse que a Suíça é de longe o melhor exemplo a ser seguido.

Já Régio Soares Ferreira Martins, da B3 (antiga Bovespa), defendeu os IPOs com força. Martins lembrou que a tradição fez com que os IPOs se tornassem mais seguros para o investidor e que o processo de financiamento de uma startup, pela natureza do risco, precisa de três características por parte do investidor: sofisticação, pulverização e paciência.

“Podemos estar criando um veículo, os ICOs, e abusando de investidores que não são tão sofisticados e não tem capital para pulverizar. É preciso ter um escrutínio muito forte. É preciso que o investidor tenha a quem recorrer caso algo dê errado”, disse Martins.

Também presente no painel, o especialista em criptomoedas da XP Investimentos, Fernando Ulrich, disse algo que tem sido esquecido em conferências diversas: o Blockchain não existiria sem o Bitcoin. “O do Bitcoin realmente funciona muito bem. Os outros precisam ser testados”, afirmou.

Sobre o tema do debate, Ulrich trouxe outro ponto relevante: “Os ICOs permitem o fracionamento, o que abaixa o nível de entrada. No IPO, a barreira é muito maior”.

O especialista da XP aproveitou um comentário elogioso sobre a China por parte de Guimarães para criticar os reguladores do estado: “Via de regra os reguladores ao se depararem com uma tecnologia disruptiva, eles veem apenas essa inovação como algo que atrapalha a regulação que já existe”.

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