Logo na abertura, o mediador, Anderson Thees, da Redpoint Ventures, avisou: Fabio Seixas, da Taylor, não poderia vir porque está enfrentando uma crise – o ICO da empresa havia sido hackeado. Ao mesmo tempo, Seixas, cuja empresa tem sede na Estônia, representa uma tendência que está se vendo no Brasil e que foi comentada por Courtnay Guimarães, da Idea Partners, uma empresa que faz consultoria para ICOs.
“Brasil está fora do mapa. Os melhores empreendedores daqui apertaram a tecla F para o Brasil e foram para fora”, disse Guimarães.
O consultor também afirmou que para uma empresa fazer uma oferta inicial de moedas e “ninguém ser preso”, o custo seria de US$ 4 milhões. Sobre o benchmark regulatório, ele disse que a Suíça é de longe o melhor exemplo a ser seguido.
“Podemos estar criando um veículo, os ICOs, e abusando de investidores que não são tão sofisticados e não tem capital para pulverizar. É preciso ter um escrutínio muito forte. É preciso que o investidor tenha a quem recorrer caso algo dê errado”, disse Martins.
Também presente no painel, o especialista em criptomoedas da XP Investimentos, Fernando Ulrich, disse algo que tem sido esquecido em conferências diversas: o Blockchain não existiria sem o Bitcoin. “O do Bitcoin realmente funciona muito bem. Os outros precisam ser testados”, afirmou.
Sobre o tema do debate, Ulrich trouxe outro ponto relevante: “Os ICOs permitem o fracionamento, o que abaixa o nível de entrada. No IPO, a barreira é muito maior”.
O especialista da XP aproveitou um comentário elogioso sobre a China por parte de Guimarães para criticar os reguladores do estado: “Via de regra os reguladores ao se depararem com uma tecnologia disruptiva, eles veem apenas essa inovação como algo que atrapalha a regulação que já existe”.