Essa semana é uma de grandes lançamentos e novidades. Temos o da rede , quinta maior criptomoeda em capitalização de mercado, e o lançamento da mainnet da , outra moeda com hype considerável e crescimento forte recentemente. Em meio a tantas novidades, há uma que possivelmente trará bem menos atenção, mas ainda é muito relevante para investidores de longo prazo: houve o anúncio do lançamento da paper wallet do . Essa forma de armazenamento é off-line e é uma questão fundamental para muitos investidores preocupados com hacks.

As chamadas “cold storages” são consideradas a maneira mais segura de se armazenar uma criptomoeda. A possibilidade de gerar uma dessas permite ao dono do ativo saber que apenas ele possuirá a capacidade de acessar seus recursos. Quando se investe numa posição de longo prazo, ou com trades infrequentes, o uso de uma cold storage é superior a alternativas como wallets “terceirizadas” ou deixar os ativos em exchanges. Na história das criptomoedas, muitos foram os hacks em exchanges ou players similares, e se prevenir contra isso quando há quantias relevantes investidas nunca é demais.

Pode-se questionar, no entanto, se as empresas do setor não têm melhorado sua segurança. Por exemplo, exchanges aprenderam após a Mt.Gox e, também, se tornaram mais líquidas conforme o mercado cresceu. O mesmo aprendizado vale para inúmeros outros empreendimentos, com alguma redução no risco. Esse argumento é razoável, ainda mais se combinado ao fato de uma arquitetura de segurança privada não ser simplesmente criar uma paper wallet ou uma desktop wallet, afinal esses materiais podem ser roubados, danificados ou perdidos. Uma estrutura bem desenhada é de implementação não-trivial e é cara quando se trata de investimentos com mais de um decisor envolvido (caso de empresas). Defendo que gestoras de criptoativos – ou indivíduos suficientemente paranoicos como eu era ao começar a investir nesse mercado – sempre pesquisem essas soluções, porém para investidores individuais menos cuidadosos uma cold storage pode trazer riscos comparáveis aos hacks.

Um segundo ponto razoável é a diversificação entre hot storages ou exchanges. Por exemplo, ao se deixar o dinheiro em mais de uma exchange, se uma for hackeada e as cotações das criptomoedas caírem em resposta a isso nas demais, perde-se apenas uma parcela dos recursos no hack e nas demais um stop loss impede a perda de ser mais agressiva. Dependendo da perda total e da estratégia de trade do investidor, isso pode ser menos inadequado que sofrer as flutuações como um todo. Se a estratégia de gestão envolve trades e é bem calibrada a casos passados de roubos, a diversificação entre exchanges é uma alternativa adequada e, provavelmente, superior a focar puramente em segurança.

Por ambos os pontos, a inovação do Cardano tende a ter um impacto positivo apenas para investidores cujo estilo envolve uma posição de longo prazo na moeda. Vale notar, contudo, que esse tipo de posição é frequente em investidores grandes, mesmo os que performam trades frequentes – dependendo dos seus recursos, a liquidez das exchanges limita as possibilidades do investidor, com parte do portfólio sendo mais passiva. Nesse caso, a nova possibilidade de storage do Cardano é extremamente bem-vinda. Creio que ela tanto trará mais investidores ao mercado a longo prazo, quanto é condizente com a proposta que os criptoativos traziam originalmente: tanta confiabilidade e segurança quanto se queira, sempre se baseando em criptografia de ponta, para quem estiver interessado em tê-las.

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